Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.
Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.
Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
quarta-feira, 18 de julho de 2012
quinta-feira, 12 de julho de 2012
MEU AMOR

Queria ser a caneta com que
escreves, para ficar apertada entre os teus dedos!
Queria ser o papel onde deitas as tuas palavras,
para poder ser tocada pela tua mão!
Queria
ser o teu gravador,
para
surpreender-te com a minha voz, a dizer-te, palavras de amor.
Queria ser a água com que te banhas,
para desenhar na tua pele,
um coração a arder, exemplificando o meu.
Queria
ser a brisa do vento, a soprar de mansinho aos teus ouvidos.
Queria ser a tua almofada para descansares a tua cabeça.
Queria ser a tua camisa, para me
encostar ao teu peito.
Queria ser o teu relógio, para sentir a tua pulsação.
Queria
ser o teu umbigo, para andar sempre contigo.
Queria ser a tua íris, para poder
ler o fundo dos teus olhos.
Queria ser tudo isso e muito mais...sim... queria...
E,
neste grito que sai disparado do meu coração, quero que ele vá dizer ao teu,
que te guarda dentro dele...sim...guarda. E, quer gritar ao mundo, o quanto te
ama!...
Que
força é esta que está dentro do meu peito e, eu não consigo segurar...?
Quero gritar, gritar, gritar palavras de amor.
Grito-as
ao mar que me escuta e me dá guarida.
Gritei-as
ontem ao mar que nós sabemos...sim... gritei...!
Mas
não sei se as ouviste...

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